PODCAFÉ DA TI

#193 - Tio Faso: Java, amor ou ódio?

podcafe.com.br Season 5 Episode 193

Neste episódio do PodCafé da TI, temos a honra de receber Tio Faso, que revela como a programação em Java se tornou uma paixão, e como ele tem transformado a arte digital. Tio Faso nos mostra que o autismo não é uma limitação, mas uma fonte de criatividade e inovação, oferecendo uma perspectiva única sobre a inclusão de pessoas neurodivergentes na comunidade artística e tecnológica.Não perca esta conversa única que promete mudar a maneira como você vê a tecnologia e a neurodiversidade. Participantes:
Daniel Marinho - Advogado da Peduti Advogados
Dyogo Junqueira - CEO da ACSoftware
Guilherme Gomes - Diretor ACSoftware
Anderson Fonseca - Diretor ACSoftware
Adriano Mano - Diretor ACCyber

PodCafé da TI é um podcast da ACSoftware, seu parceiro ManageEngine no Brasil.
ACSoftware: https://www.acsoftware.com.br/manageengine
ACCyberSec: https://accyber.com.br/

Web: https://podcafe.com.br/

Instagram: https://www.instagram.com/acsoftwarebr/
Linkedin: https://www.linkedin.com/company/acsoftware
Twitter: https://twitter.com/acsoftwarebr
YouTube: https://www.youtube.com/c/PODCAFEdaTI

Speaker 3:

Música Pode tá certo, pode tá certo Muito bem muito bem, muito bem, estamos começando mais um Podcafé da TI, podcast, tecnologia e cafeína. Meu nome é Anderson Fonseca, o Mr Anderson, e hoje você vai entender por que que especial é pastel.

Speaker 2:

Vamos que vamos. Guilherme Gomes da Aça Software e o meu especial é pastel. Vamos que vamos.

Speaker 1:

Guilherme Gomes da Access Software E o meu pastel é de carne e queijo. Diogo Junqueira da Access Software, e pra nós e pra mim é um prazer receber ele aqui hoje. Vou deixar ele mesmo se apresentar. Ele não sabe, eu não falei isso aí nos bastidores, mas eu sou fã. Eu tenho um filho autista de 4 anos, neurodivergente, e sou fã pra caramba, tanto eu como minha esposa. E quando eu vi aí durante a semana de conscientização do autismo, eu falei cara, a gente tinha que gravar com ele, tinha que gravar com o tio Faz, vai lá, se apresenta.

Speaker 4:

Então olá, gente bonita, aqui quem fala é o tio Faz.

Speaker 1:

E ora, bolas, eu sou autista sensacional, tio Faz por nossa audiência aqui. Eu vi que você faz bastante coisa. A gente tem uma audiência bem ampla e de todas as idades. Fala um pouco da sua trajetória e sua ligação também com a tecnologia ali, que tem muita coisa interessante misericórdia.

Speaker 4:

vamos lá, eu tenho 41 anos, então quer dizer que eu sou uma pessoa mais idosa?

Speaker 1:

né, não, não se preocupe, não, o Mr Ernst tem bem mais, é porque ele usa Botox há muito tempo.

Speaker 4:

Aqui é melanina, aqui é sal. Então eu comecei a Na verdade na área em 1994, não na área especificamente de TI, mas mexendo e estudando softwares gráficos, tanto que eu sou formado em design gráfico e só que na época eu não pensava nisso. Então eu fui estudar ciência da computação nos anos 2000,. Naquela época que mal tinha Google e tudo mais, e eu trabalhei durante seis anos numa empresa da área de educação como desenvolvedor de software web e designer web. Trabalhei durante seis anos numa empresa da área de educação como desenvolvedor de software web e designer web. Saí de lá, aí comecei a fazer as coisas de ilustração e bonecos que eu sempre fiz por uns 15 anos. Aí eu voltei ano passado né pra empresa que eu tô agora, que é a Zup, como desenvolvedor de software back-end, né me especializando agora em inteligência artificial Sensacional.

Speaker 1:

Cara A Zupa inclusive orgulhosamente é um dos nossos clientes ali na parte de gestão de segurança. Então a gente atende eles ali na gestão de endpoints. O pessoal muito bacana lá, um ambiente bem legal de se visitar né E cara assim fala pra gente como é que é como neurodivergente o mercado de trabalho e como é que muitas vezes tem aquela questão da galera não saber olhar, identificar potenciais às vezes do neurodivergente também no mercado de trabalho é até interessante se falar isso, porque eu justamente não sou formado em ciência da computação, porque eu não sabia que eu era autista, né Eu descobri tem seis anos, seis anos Eu tive o laudo há cinco, né Então foi já bem, já tava de idade, tá bem doido né Nossa cara.

Speaker 1:

Sofreu bastante ali tentando identificar isso. Imagino Exatamente.

Speaker 4:

Então eu abandonei a ciência da computação porque eu não conseguia lidar com a abstração. Minha maior barreira naquela época era a matemática, que era principalmente a matemática discreta e programação orientada a objetos, porque não entrava na minha cabeça aquela coisa muito abstrata. Então quando eu descobri que eu sou autista e eu passei a entender que é muito normal a gente ter esse problema com coisas abstratas, fez sentido eu ter me formado em design e ter ido tão bem, porque é uma coisa mais concreta, mais visual. então nesse meio tempo entre eu sair da faculdade de design e me descobrir autista, eu por acaso entendi que eu tinha que converter as coisas mentalmente em imagens, né Pra trabalhar. Então não tinha suporte, não tinha nada, não sabia que precisava de suporte.

Speaker 4:

então foi assim. Então tudo Eu. hoje, se eu vou pensar um software, alguma coisa, eu visualizo aquela mecânica na minha mente pra poder depois reproduzir em código. Então acontece que na área de trabalho as pessoas primeiramente têm medo de contratar um autista Porque não sabem como vai lidar com a gente. Eles têm medo de Ah, vai ter uma crise, alguma coisa que vai.

Speaker 1:

É um preconceito muito idiota, né Vamos pensar Sim.

Speaker 4:

É bem idiota. E também tem uma coisa que por mais que a gente seja deficiente, a gente não parece deficiente. Então eu já vi de gente que foi tentar trabalho passou em todo o processo. No final a menina do RH falou que pena que você não tem cara de deficiente, nossa, porque queria alguém pra mostrar, tipo fazer marketing né Fazer marketing cara, Isso é ridículo, cara Exatamente.

Speaker 4:

Então essa é a primeira barreira, É entender que a gente não vai ter crise toda hora, né Que a gente é deficiente. Por isso a gente precisa de adaptações, só que elas são muito baratas. Né, então eu não vou precisar criar sei lá fazer um elevador ou alguma coisa. Às vezes é ah, deixar aquela pessoa numa área mais fresca, ou com um abafador, um protetor auricular. Né Eu, por exemplo, no meu primeiro emprego, né esse que eu falei de programação, eu evitava ao máximo atender telefone porque eu tenho dificuldade. Aí eu tive que aprender a atender telefone. Né, mas era uma coisa que se eu soubesse que eu era autista, eu podia falar ah, o Fábio não precisa atender telefone, meio que assim pra ti foi como que o manual de instruções chegou 35 anos atrasado.

Speaker 4:

Exatamente, o mapa do Age of Pirates começou a abrir aos 35.

Speaker 3:

É isso aí, porque até então você não sabe, quando você identifica o que tem né e sabe como começa a buscar, como lidar com aquilo, não é só útil pra todo mundo no entorno, mas principalmente pra você né, que é cara peraí. Então eu tenho que agir um pouco diferente, né.

Speaker 4:

Sim, e você saber seu diagnóstico, mesmo tardio. É muito importante que você comece primeiro a se entenderio. É muito importante que você comece primeiro a se entender que é mais importante. As pessoas ao redor entendem você e você passa a se perdoar pelas coisas que você não conseguia fazer, pelas coisas que você não atingiu. Eu, por exemplo, fui conseguir morar sozinho com a minha esposa e com o meu filho, que também é autista. Meu filho, qual a idade dele?

Speaker 1:

morar sozinho com a minha esposa e com o meu filho, que também é autista.

Speaker 4:

meu filho né Tem 5 anos, o meu vai fazer 4, agora A gente descobriu por minha causa, né Porque minha esposa é muito curiosa na área da mente humana, entre aspas me diagnosticou, né Aquela que suspeitou E aí depois, como é a confirmação, ela ficou jurando o nosso filho que também deu. Né, é aí que acontece. Eu só fui morar sozinho com eles tem o que dois anos. Então eu precisei de todo esse processo pra conseguir ter uma estabilidade, entender como funciona ter uma estabilidade de dinheiro recorrente, porque eu ganhava dinheiro, só que era esparso.

Speaker 4:

Então eu ganhava muito dinheiro em um período, só que isso vinha com um monte de dívidas atrasadas e sumia rápido. Então agora eu tenho um controle maior, eu consigo ter uma renda contínua que me permite morar num canto com eles, coisa que eu não conseguia. Então, tá vendo, se eu não soubesse que eu sou autista, eu não teria isso, porque até os 35, 36, não tinha isso. Então, a partir do diagnóstico, foi o processo de eu entender o que eu precisava arrumar, o que eu não podia controlar não tinha, acho comum né E ir pra frente, tentar avançar.

Speaker 1:

Sensacional. É importantíssimo então essa questão do diagnóstico Quanto antes a gente conseguir, menos você vai ter esse sofrimento pessoal de tentar se encontrar né cara. Sofrimento pessoal de tentar se encontrar né cara.

Speaker 4:

Sim, mas tem um problema também. Porque é assim? eu perguntei pra minha mãe se ela soubesse que eu era autista de criança, né porque ela suspeitou que tinha uma coisa errada comigo, né porque eu era uma criança muito parada que não se mexia, demorei pra falar pra andar, né Se ela teria agido diferente. Ela falou que sim, teria pegado mais leve comigo E o fato de ela ter me tratado como uma criança sem deficiência soma, como uma criança preguiçosa que era o meu diagnóstico, né do médico, fez eu ser quem eu sou hoje E ter essa maré molês.

Speaker 4:

Te formou o caráter que você chegou hoje É e tanto que a gente faz com o meu filho é essa coisa. Assim você não trata ele como uma criança que não pode nada. Claro, vai fazer as coisas. Sim, então tipo, ah, tira teu pratinho da mesa. Ele agora pega pra todo mundo. Tirar da mesa, guarda seus brinquedos.

Speaker 4:

Olha, você tem hora pra acordar, você tem hora pra dormir. Normal as rotinas, exatamente, porque às vezes os pais de autistinhas ficam com medo de fazer alguma coisa e gerar crise. Pois, crise vai ter uma hora. Você vai ter que adaptar e vai conviver com ela. Mas o mundo não perdoa, o mundo não vai passar a mão na nossa cabeça e um dia esse pai, essa mãe irá morrer e aí você quer ter um adulto que consegue ser mais independente possível, ou uma criança que vai ser um alvo. Vai virar um adulto, vai virar um alvo de tudo que é ruim nesse mundo. Isso é um fato. Então, o fato da minha mãe não saber que eu era autista me ajudou, eu ter uma independência. Tinha minhas dificuldades. Por exemplo, eu tenho muita dificuldade com amarrar as coisas, tirar nó. Tanto pra tirar o nó da caneca que eu ganhei aqui eu pedi pra menina tirar pra mim que eu não conseguia. Mas o resto a gente vai aprendendo, vai se adaptando, então é importante ter um diagnóstico. Minha irmã que é médica, ela teve diagnóstico no passado com 46 anos.

Speaker 3:

Sério, cara, bem, bem, bem tardio, E isso vem com uma. Quando você falou assim sobre se perdoar, eu, cara, me bateu muito forte. Isso porque eu, ainda na adolescência, eu li o livro Mentes Inquietas da doutora Ana Beatriz e eu descobri, cara, eu falei ué, eu sou TDAH, eu também sou. E aí eu comecei a me perdoar por coisas que eu simplesmente não conseguia fazer como algumas outras pessoas faziam. Cara não consigo, e havia uma frustração muito grande porque eu sou diferente. E eu acho que até para os nossos ouvintes pessoal, ramos de TI principalmente, que é uma área muito confortável para quem tem esse perfil, às vezes o cara passa a vida inteira realmente sem saber por que ele é diferente, o que está acontecendo, por que ele não se encaixa E existe uma culpa por não conseguir fazer algumas coisas da forma convencional E o diagnóstico é libertador nesse sentido.

Speaker 4:

E essa culpa pode levar à morte. Sim, tanto que a maior causa de morte em autistas grau 1, que é o meu é o suicídio Caramba, porque a gente vê o é o meu é o suicídio Caramba. Porque a gente vê o mundo funcionando, vê o mundo rodando e a gente não tá indo, tá patinando. Falta algo que a gente não entende, tem um inimigo invisível que te bloqueia. Então você fala por quê? Eu já tentei Quase três vezes morrer e me matar, antes do diagnóstico que eu não sabia matar, né antes do diagnóstico que eu não sabia. Isso foi em 2010. Porque eu via tudo andando e eu não indo pra frente. Eu falei pô meu tô aqui sobrando, então vou desocupar meu espaço, né e sumir.

Speaker 3:

Que bom que você não conseguiu cara.

Speaker 4:

Aí, outra coisa que me ajudou foi justamente ser autista E, sem saber porque eu fui muito lógico, como sempre sou. Eu fiquei ok, se eu me matar, o que eu vou fazer, estou no segundo andar, não posso pular, vou só quebrar, ih. Mas aqui minha irmã tem gato, aqui em casa O bichinho, não pode acontecer nada com eles, né? Então você começa, eu comecei a me demover das ideias. Exatamente, a matemática dá desgraça, né? Eu comecei a fazer isso. Mas tem gente que não consegue, que o desespero é muito grande. E é assim, é aquela coisa.

Speaker 4:

Você vai fazer algo, não dá certo, tenta emprego, não consegue. Aí você fala pra que eu tô aqui. Então não consigo relacionamento, não consigo namorar, não consigo fazer nada, não tenho trabalho, não ganho dinheiro, tô com meus pais, tô velho, vou tirar o fardo deles. Você se sente o fardo e Você sente o fardo Caramba. E quando você descobre que você é autista, você fala ok, no meu caso também eu queria parar E na mesma hora eu quis parar de morrer. Eu falei quero entender o que é isso. Aí, quando eu comecei a entender, eu falei ok, então tem coisa que tá explicada, tem coisa que não tá explicada que eu tenho que entender melhor E vamos pra frente, até porque não é uma forma, né Exatamente, e tem casos diferentes, né Um autista é igual ao outro, né, E é assim por diante.

Speaker 1:

E quando é que você decidiu criar o perfil Tio Fazo e começar a produzir conteúdo? Como é que foi essa história cara?

Speaker 4:

Então, em 2010,. Eu saí daquela empresa que eu tava né 2010, não tipoculpa 2006 e comecei a tentar achar outra coisa pra fazer. E minha namorada na época via meus desenhos e falava por que você não tenta fazer boneco de pano? eu falei pode ser, não sei costurar. Ela me ensinou a costurar e eu comecei a fazer. Aí o problema é que você vai fazer boneco de pano, tudo fofinho na internet. Eu achava que eu era uma menina, não que isso tivesse um problema, eu sou uma diva, né, mas não tem problema. Mas me chamaram de amiga, amiga, amiga. Oi, amiga. Eu falei pô, sou um negão de quase 2 metros.

Speaker 1:

Aí comecei a falar gente, se você não estiver no youtube, vem. Ele é alto pra caramba alto.

Speaker 3:

Eu sou um cara alto, mas eu falei assim, eu olhei pra ele assim e falei cara.

Speaker 4:

Aí eu comecei a escrever me assinar como Faso, só que ainda me chamavam de amiga. Falei vou pôr tio na frente.

Speaker 1:

Agora eu vou tentar.

Speaker 4:

Aí ficou o nome né tio Faso, porque ele soube de Fábio Souza. Né, e aí ficou esse meu nome, ficou o meu nome no artístico. Né E é tanto que agora na Zup, quando eu entrei veio meu segundo sobrenome, que é Vaz né, então o meu e-mail é fabvaz arroba Zup E eu fiquei nunca mais vi isso no meio da minha vida. Né Aí eu falei vou tentar enfiar o tio Fazio. Então eu comecei a me apresentar como tio Fazio E agora na Zup eu sou conhecido como tio Fazio.

Speaker 1:

Sensacional, cara. E aí você começou a produzir os conteúdos pro seu. Eu te sigo no Instagram já há algum tempo. Como é que você começou a decidir? vou querer produzir conteúdo aqui, postar palestrando. Tá em vários lugares.

Speaker 4:

Como é que surgiu isso? Então tem que separar o autismo do artesanato. O artesanato foi pela necessidade de eu expor e mostrar o que eu fazia. Então eu comecei a Gravei aula na Educar. Né Que é um site de educação. Eu fiz os vídeos e tudo mais, só que a coisa do autismo. Eu comecei nessa processo de descoberta. Né Que primeiramente eu não aceitei que eu poderia ser autista, né Porque eu tinha aquela coisa.

Speaker 1:

Você ficou com a negação, não negação, preconceito.

Speaker 4:

Preconceito. Preconceito Porque, como assim, adulto, casado com filho, faculdade, dirijo Eu não sou o Rayman, eu tinha essa ideia naquela época, né, eu era bem capacitista naquela época. E aí eu precisei de um tempo pra poder entender e ver outros autistas adultos grau 1, e falar ok, talvez eu seja mesmo. E foi aí que eu comecei a aceitar, e foi aí que eu comecei a contar no meu Facebook pessoal o que eu estava descobrindo, o que eu estava entendendo. E várias pessoas do meu convívio pediram para eu sei lá, recompartilhar algum texto porque estava difícil de achar. Criar uma página, criar uma página.

Speaker 4:

Eu queria o C, eu falar não sai direito, porque eu sempre fui zoado na família por não falar direito. Falavam que eu tinha uma língua enrolada com batata quente, era uma coisa bem Um bullying familiar. E aí virou essa página E foi daí que eu comecei a escrever, que as pessoas falavam que eu conseguia escrever e falar o que elas queriam dizer, mas não conseguiam. E com esse passado de eu fazer aula de artesanato e tudo mais, eu comecei a tentar gravar um vídeo. Gravar um vídeo aí vai chama pra palestra.

Speaker 1:

Fui na palestra e foi indo, como é que foi a sua primeira vez que foi fazer uma palestra.

Speaker 4:

Como é que foi a sua sensação? assim É, foi de novo também na parte de artesanato, né, pra falar da minha empresa, e foi na minha escola de ensino médio pra um bando de adolescente, a minha sorte que eu sou uma pessoa muito ligeira, tinha eu e mais duas pessoas, porque eram ex-alunos pra dar palestra pros alunos do ensino médio. Eu falei pode ir na frente que eu faço por último? né, aí eles foram e eu vi os adolescentes tudo querendo dormir, se matar ali. Coisa horrível que eu tô aqui, quero ir pra casa. Eu tá ali, coisa horrível que eu tô aqui, quero ir pra casa. Eu falei deixa eu tentar ser mais palhacitos e apresentar minha empresa da forma que eu sou normal. Né, e aí comecei a falar, né foi dar um frio na barriga, mas eu fui aquele bobo alegre falando as coisas, e eu vi que o pessoal se empolgou. Eu falei então eu sei, eu, naturalmente, sem precisar ocultar funciona então ou tá, funciona Então toda aquela retração que eu tinha, que inclusive eu apareci na faculdade, que eu fui apresentar meu TCC.

Speaker 4:

Eu não fui bem, tirei 10 por causa da minha apresentação. Fiquei mais travado. Eu falei tem que ser eu mesmo, eu sou bobo alegre, eu sou um palhaço. E aí foi o que foi E aí fica fácil de encarar públicos. Então, por exemplo, teve uma reunião que me chamaram, que era no Banco do Brasil, e eu estava literalmente assim, na mesma distância do lado, aqui, com a presidente do Banco do Brasil. Né Eu falei gente, eu estou aqui no meio do borde dos conselheiros. Né Eu tenho um pessoal junto comigo de autismo. Eu falei não, eu sou eu. Eu sou eu, eu de camisa florida lá. Eu falei eu sou isso.

Speaker 1:

Não vou, não vou, não vou me fantasiar pra estar aqui.

Speaker 4:

Entendi, não fiz piada com a presidente do Banco do Brasil e tudo mais. Então é isso Eu uso o meu humor pra falar de coisas sérias, né? Então a pessoa desarma com o meu humor. Aí eu clack, entro com a parte séria no meio.

Speaker 1:

No dia a dia do trabalho você também é assim. Você usa o humor também no trabalho Como é que você é no dia a dia lá na Zup. Idêntico não muda nada.

Speaker 4:

Idêntico cara E lá, por exemplo, na Daily, geralmente eu que tô puxando agora a Daily e eu não chamo ninguém pelo nome com o normal, então o meu chefe é Marcelo Norato, é o Noris, é o Noris. O cara do mainframe é Hilton, é o Ritin, entendi? Então eu chamo o pessoal pelo apelido. Aí, a outra chefe que no final dá uma informação, eu falo Taís. Agora qual é a mensagem dos nossos patrocinadores?

Speaker 1:

Eu falo, eu faço assim, trabalho na daily. Entendi, sensacional, cara.

Speaker 4:

Então eu sou assim o bobo da corte, meio extravagante o tempo inteiro, legal, cara, e assim.

Speaker 1:

Cara, eu entendo que tá muitas mães de autista, né crianças, tem uma preocupação muito grande com relação à fase a hora que chega ali no mercado de trabalho. E, cara, eu acompanhei em alguns posts você dando várias vantagens que às vezes o mercado de trabalho, ainda também as empresas, não são conscientes disso né, Mas que são vantagens que contratar um autista para várias funções, várias questões pode ser até uma vantagem em relação à pessoa típica né. Então uma pessoa atípica ali pode trazer ver coisas que a pessoa típica às vezes não está enxergando A questão de foco, etc.

Speaker 4:

Sim, então uma coisa que você citou, agora autista foca muito nos detalhes. Eu dei uma palestra aqui numa indústria em Santander que faz rodas e um dos avisos que eles deram para os funcionários é que está tendo muito defeito. E eu falei lá se você estivesse um inspetor autista, você pode ter certeza que quase não ia repassar. Não ia repassar Porque a gente fala olha a roda tem que ficar assim assim assado. Então a gente vai seguir essa regra assim assim assado. Queria falar pra mim? Fábio, você não pode se mexer muito aqui, eu tô parado, eu tô vendo, eu tô ancorado, vamos ficar balançando.

Speaker 4:

Entendo, então a gente segue regras. muito bem. Então, quando você vê aquele autista que você contrata e você pergunta pra ele assim, o que você é bom de fazer, o que você gosta de fazer, o que você entende de fazer, você consegue pegar isso e aplicar no trabalho.

Speaker 4:

Eu por exemplo, na Zupia eu tô dentro do projeto do Itaú E Na Zupia eu tô dentro do projeto do Itaú E aí a gente teve uma palestra, né Tentando entender o que tá acontecendo lá. Aí falaram sobre documentação. Aí eu descobri que a Squad não tá com a documentação feita. Eu falei tem uma oportunidade, aí Eu me ofereci.

Speaker 4:

Né Então, do dia que eu entrei, que foi em novembro, pra agora em maio, a gente é a Squad que tá com a documentação mais andada adiantada Por quê Jogou uma coisa que eu sei que eu Ok, é dados, que eu vou ter que pegar pedacinhos e juntar pra fazer uma coisa maior. E tô fazendo. Então a gente tá na documentação bem avançada, tirando uma coisa que tava no backlog, que tá indo pra frente. E agora minha missão é pegar esse monte de coisa que eu tô separando e usar IA pra poder funcionar e ficar uma coisa mais humana pra pesquisar. Então tá vendo, eu peguei aqui uma coisa que não tinha nada a ver comigo, que eu sou back-end, e agora eu vou pegar uma coisa da minha formação nova que é a pós-IA, e eu vou juntar. Então perceba que você caiu um altista no grupo ali, que podia ficar perdido, movimentou Um setor que estava parado, que ninguém estava mexendo.

Speaker 1:

E tinha um backlog ali de uma deficiência que foi entregue porque você tinha uma facilidade para lidar com a situação.

Speaker 4:

Exatamente, eu nem sabia como fazer aquele negócio.

Speaker 3:

Eu falei deixa eu pegar, e eu vi e foi Então é isso, isso é uma coisa fantástica. Isso é uma coisa fantástica que assim eu acho muito empolgante. Quando nós temos um papo onde mostra, aonde diversidade é interessante, aonde fica mágico você ter gente diferente compondo uma equipe, isso é muito bacana porque quando você fala disso como obrigação, tem que Não. Quando você traz pessoas realmente neurodivergentes ou pessoas enfim de qualquer nicho possível de diversidade, você começa a ver pessoas com pontos de vista diferentes, compondo novos resultados. Você colocando novos ingredientes na receita e vendo que resultado novo traz. Isso é muito empolgante.

Speaker 4:

Aí eu vou puxar sardinha para a empresa que eu trabalho, que é a Azup, que é uma empresa extremamente diversa. Eles são sensacionais Tanto que eu entrei lá no programa de informação pra deficientes em tecnologia, né O Catalisa E eles.

Speaker 1:

Vale muito a pena destacar inclusive produção, deixar o link aí na descrição do programa, que é muito bacana.

Speaker 4:

É descrição do programa que é muito bacana, é, é maravilhoso. Então assim você já sai do dia primeiro, entra na Zup, assim, e você vê o pessoal se descrevendo pra quem tem deficiência visual, tem legenda, tem intérprete de Libras, tem as adaptações necessárias. Ah, se algo não funciona, eles tentam dar um jeito de fazer funcionar depois ou fazer de um outro formato. Então você entra numa equipe, primeiro que a equipe está explorada no mundo inteiro, que é totalmente online, a empresa, e assim você está lidando com um monte de gente diferente com ideias diferentes, ideias diferentes. Então sai isso, saem os produtos inovadores, sai algo novo, por quê Tem muita gente fora do padrão E o público, o público-alvo, as pessoas que estão comprando, as pessoas que estão consumindo, seja o que for na outra ponta não estão desde um padrão são

Speaker 1:

pessoas diferentes Exatamente.

Speaker 3:

E é aí que é muito legal. Se você faz uma coisa, seja qual for o ramo, você desenvolve um produto pensando só num público ou desenvolvido só por um público não faz sentido nenhum. Tem que ter essa diversidade real, prática ali isso é muito legal.

Speaker 1:

Falar de diversidade só pra marketing, igual muitas vezes faz, é muito fácil, né cara, é conversa fiada. Agora, fazer na prática como a Zup faz lá com esse programa, é algo que tem que aplaudir de pé. É bonito, é bonito, porque E?

Speaker 2:

aí, como o tio falou, que assim não é só. Não é só. Ah, não vamos contratar diversidade. Não, eles estão realmente preocupados em trazer essa diversidade pra dentro e dar suporte pra eles. Tem falado assim ah, a gente tem legenda, a gente tem trep de libras, a gente tem todas as alterações necessárias pra todo mundo conseguir entregar o seu máximo. Isso é muito legal e infelizmente é o diferente. Deveria ser o comum, deveria ser o normal, mas o que a gente vê hoje, que infelizmente não é o que a gente vê nas grandes empresas, então sigam aí o exemplo da Azul e vamos realmente trabalhar com diversidade. Não é só dizer que a empresa tem diversidade.

Speaker 4:

Acho que a primeira coisa que me fez entender isso de diversidade foi no meu primeiro trabalho, que naquela época a internet rápida não era espalhada ainda. Era discada Nossa, eu sou muito velho. Era discada, Nossa, eu sou muito velho.

Speaker 1:

Era de escada.

Speaker 4:

Que falavam que assim você precisa fazer as coisas acessíveis pra internet, porque as pessoas existem. Se você não liga pra elas, pensa que quem vai ler teu conteúdo, que não consegue usar os olhos nada, é o Google. Então naquela época tinha isso. Então desde aquela época começou a me marcar que, olha, eu preciso fazer uma coisa acessível pra todo mundo, fazer um site que consiga rodar em quem tem uma linha de escada, fazer algo acessível com texto alternativo, pensar na estrutura bonitinha que dê pra navegar no teclado. Eu falava pro pessoal, dê pra navegar no teclado. Né, eu falava pro pessoal. Pede, tenta navegar no teu site com o monitor desligado. Você consegue? Você sabe muitas coisas? Não, então é uma pessoa que não enxerga e faz isso. E sou eu com 22 anos falando isso, né, então tá hoje num lugar que realmente mostra isso. É muito legal. Agora tem o Azupicom. Não tem nem uma semana. Você chega lá, tem uma área pra perceber. Aí você tem um banheiro de mulher, de homem e neutro. Você tem o pessoal acompanhando, você tem seis telões e tem um intérprete em cada telão. Sabe, sensacional, cara, tem legenda, tem um monte de coisa. Então pensa tipo assim a pessoa tinha uma área reservada pra descarga sensorial pra quem tem problema, tem problema autista, então tinha uma sala sem barulho para a gente, você tinha suporte de pessoas que podiam ajudar a gente lá dentro. Então é tudo pensado.

Speaker 4:

Então a Zupi às vezes fala vamos fazer uma coisa só de marketing, mas faz de verdade, isso que é muito legal. Você está num ambiente que você sabe que o que você faz faz a diferença. O nosso TCC do Catalisa eu e a Juliana É Thaís, são duas deficientes comigo lá no Catalisa né A gente fez uma espécie de report de foto de acessibilidade. A gente fez, apresentou todo mundo gostou E aí começaram a fazer não queriam marcar reunião com a gente, não queriam marcar reunião com a gente. No final eles pegaram essa nossa ideia e aplicaram no sistema da ZUP para poder reportar falta de acessibilidade nos produtos. Então, tipo uma coisa que veio da turma, que era só para tipo o nosso trabalhinho de, então você vê que você consegue transformar o mundo né E incluir quem é diferente. Isso é muito importante, é o que falta. Se a gente tivesse essa inclusão do diferente, a gente não estaria aqui, por favor.

Speaker 1:

Não, com certeza cara, E as empresas têm que entender que na verdade é igual o que o Mr Anderson falou. O produto final, o consumidor é diferente. Nenhum produto vai ser direcionado para um público só igual E isso aí faz, na hora da criação desse produto, um produto digital como a Azul entrega para diversas e diversas empresas. Eu tenho certeza que o cliente dela recebe algo assim. Pô Pensado em vários espectros.

Speaker 3:

E vou além tá. Às vezes o cliente nem sabe como a gente falou agora, há pouco de diagnóstico. Às vezes o cara nem sabe que ele é neurodivergente se identifica com o produto da tua empresa e fala assim nossa, eu me sinto bem com esse produto e não sabe nem porquê Foi desenhado pra um público que ele nem sabe que faz parte né. Isso é muito, muito legal.

Speaker 4:

E faz a diferença na vida, melhora a vida das pessoas, porque a gente tem tecnologia, tem ferramentas pra fazer coisas maravilhosas. Por que a gente não faz, só faz o padrãozinho, né Só faz o que uma pessoa sem deficiência faria né Usaria. É só você pensar. Por exemplo, a Zupi pegou um cliente deles que ele tava contratando serviço e aí eles perceberam que o sistema não tinha acessibilidade. Então eles fizeram uma permuta Você serve o serviço pra gente e a gente faz a acessibilidade do serviço de vocês. Então, tá vendo, você pega uma empresa grande, maior que a Zup, que pegou um serviço e faltava. Então vamos fazer isso, trocar o pagamento dessa forma por um tempo, que massa. Então a gente não precisa às vezes pegar e só fazer do modo comum. Tem várias formas de fazer isso, de pegar e inserir acessibilidade de diversas formas, porque vai trazer mais pessoas E vamos lembrar pessoas deficientes que são como qualquer outra e querem gastar dinheiro, querem usar as coisas. Então se você coloca uma barreira que impede a pessoa de usar, ela não vai usar.

Speaker 1:

E você vai estar perdendo dinheiro no final das contas. Se você está preocupado com isso, você vai perder dinheiro.

Speaker 4:

Eu dou um exemplo de mim mesmo. Eu, por causa da sensibilidade auditiva, meu celular está sempre no mudo. Então, se eu tô vendo um vídeo no Instagram, no YouTube, e não tem legenda, eu não vejo o filho. Se só a propaganda. Se eu vejo uma propaganda de alguma coisa no Instagram e tem legenda, eu vou parar. Porque só tem legenda, já vou parar, eu presto atenção. Então tá vendo que às vezes é aquela coisa bobinha.

Speaker 1:

Tá vendo marqueteiros, Tá vendo, É simples o negócio às vezes.

Speaker 4:

É simples Fazer legenda é simples. gente. Não é uma libra, isso que é mais caro.

Speaker 3:

E essa é uma mensagem, até porque nosso público-alvo, aqui nós temos tantos desenvolvedores, tanta gente que tá estudando, tanta gente que tá se preparando. Levar em consideração isso no software que você tá desenvolvendo, levar em consideração isso no vídeo que você tá produzindo e tudo mais, cara, são pequenas coisas que fazem tanta diferença. Fazem o teu produto, o teu código. Enfim ir tão mais longe né Exatamente Eu.

Speaker 4:

Por exemplo, eu passava muito mal quando eu entrava em loja de shopping com aquelas músicas estourando. Eu não sabia o que era a sensibilidade, mas pra que ter uma música tão alta? Eu não tô numa balada. Vim comprar, sei lá, um chocolate. Vim comprar uma camiseta.

Speaker 4:

Eu não conseguia ficar na loja. Então tipo alguém que tá querendo gastar dinheiro não pode ficar porque passa mal Ou tem, ah, tem um, tem um degrauzinho. A pessoa que tem uma cadeira ou falta de mobilidade não vai conseguir subir. Então são coisas pequenas. Eu, por exemplo, agora estou com um problema nas mãos, né Estou com dormência, então eu estou vendo várias alternativas para poder voltar a usar o talent para desenhar e tudo mais. Aí, se você perceber, não tem nada, então você não tem um. Não posso comprar um trackpad, magicpad barato. Eu tenho que gastar um rim E a sensibilidade vira coisa cara quando você faz de nicho. Mas quando se torna normal, aquele valor que você investe vai ter retorno. Você vai ganhar dinheiro no final Porque tem muito deficiente. Não tem de quatro, cinco, seis, tem milhões de deficientes.

Speaker 1:

E essa é uma realidade que muitas vezes a galera não enxerga né Que é muita gente.

Speaker 3:

E não só isso, né vai além, porque assim tem o lance da identificação até de quem não é deficiente. Olha pô, essa empresa é uma empresa legal.

Speaker 1:

Peraí eu vou dar preferência pra essa empresa E eu mesmo eu levo isso em consideração pra caramba.

Speaker 3:

Porque, cara não peraí, esses caras estão se esforçando um pouquinho mais. Você entra numa página e fala assim pô, olha só cuidado dos caras.

Speaker 1:

Eu pago até mais caro às vezes pra uma empresa que tem esses valores. Entende, Esses caras são diferentes.

Speaker 4:

Exatamente porque eu sei que no final é tudo negócio, só que é um negócio que é assim. Você quer pegar, quer brigar com todo mundo que tá concorrendo pra aquele bolo, ou você quer pegar esse bolo e é esse bolo que ninguém tá olhando, né Que são as pessoas com deficiência. Então tá vendo, você pode ganhar mais. Aí, você pode conquistar a simpatia dos pais, dos colegas daquela pessoa que vai falar olha aquela loja lá faz tal coisa, dá pra ser cível, olha só, eu posso. Eu trabalhei num projeto de consultoria que é justamente ir em redes de varejo ensinar a atender deficientes. Então é um tipo de deficiência. E eles criaram um aplicativo que a pessoa com deficiência marcava o horário que ela ia E ela tinha um suporte. Que bacana, cara. Então, por exemplo, assim eu sou autista, eu tenho sensibilidade auditiva, então eu vou no mercado das três a seis a cinco, né Das três a cinco, e eles não tocam música no mercado.

Speaker 1:

Que legal Cara. fala o nome do mercado. Pode fazer propaganda aí.

Speaker 4:

Inclui a empresa Sensacional E de querer depois um dos fundos sócios descobrir que é autista, Que um é cego né E o outro descobrir que é autista. Então a empresa inclui esse software de você conseguir agendar em qualquer tipo americana, pão, de açúcar, alguma coisa, E você agendar o horário, um horário adaptado pra você. Então, tipo assim eu sou um autista e não gosto de gente sem mim, Mas ele também tem problema com barulho. Então você vai na loja, não vai ter barulho e ninguém vai ficar atrás de você. Ah, eu sou um autista que precisa de um acompanhante pra me ajudar. Vai ficar um funcionário te acompanhando nas compras. Então eles fizeram isso. É muito maravilhoso.

Speaker 1:

Sensacional, cara, Não conheci, vou pesquisar. Tio, você falou de IA. Cara, Tá no hype aí todo mundo falando de IA. Quando é que você começou a se interessar pela questão da inteligência artificial?

Speaker 4:

Dá a ver de novo aquela história de velho. Quando eu tava na faculdade de ciência da computação, lá em 2001, 2002, eu consegui uma vaguinha no laboratório de IA da faculdade, então bastante tempo.

Speaker 1:

Antes do hype você já tinha olhado.

Speaker 4:

Só que novamente foi pouco tempo depois que eu saí da faculdade E eu sempre me interessei por isso.

Speaker 4:

Por exemplo, uma coisa que fazem hoje, que eu vejo e falo se eu tivesse continuado, acho que eu teria estaria rico hoje Que lá em dois mil e pouco eu falei pô, podia fazer um software que pega uma voz humana, pega as frequências, você modula, faz uma base de dados e você consegue, por exemplo, alterar e permitir, dublar. Hoje a gente tem com a IA. Eu lá em 22 anos não estava pensando nisso né. Então, quando eu voltei a trabalhar com tecnologia, eu falei agora eu vou voltar a fazer IA. de verdade, agora eu entendo qual é o meu problema. Então agora eu voltei. Agora a gente tem que ter a tecnologia que não tinha antigamente.

Speaker 1:

Evoluiu pra caramba né.

Speaker 4:

Exatamente. Então, hoje eu trabalho o dia inteiro com o StackSpot, que é da Zup, né Que é a nossa IA, ajudando a fazer código. Então às vezes você não Pra quem não sabe, o StackSpot é que nem o, o Copilot, o Copilot, só que ele é com contexto. Então, por exemplo, ao invés de ser uma coisa genérica, você pega o contexto do seu banco, o Itaú. Então eu falo assim eu quero gerar um boleto, ele vai gerar o código para gerar o boleto do Itaú. Ah, você está numa squad que nem a minha, que trabalha com documentação. aí eu vou, perguntto alguma coisa, eu falo olha como é que, onde é que tá tal reunião Que eu acho que pretendo fazer. Né, ele vai puxar os dados da minha squad, onde tá aquela reunião. Sabe Então essa que é a ideia do stack spot, uma coisa bem contextualizada. E agora, tipo assim eu, vivendo com o IA, eu falei agora eu vou.

Speaker 1:

Sabia que eu nunca fui daqueles caras que ficam ai meu Deus, ia vai dominar o mundo esse aqui é doido, ele acha todo dia o mundo vai acabar você tá com um lado de um cara aqui que ele acha que amanhã a IA vai chegar e detonar todo mundo é Skynet.

Speaker 2:

Ele acha que a IA vai ser presa ele morre de medo da Skynet.

Speaker 1:

Ele acha que a IA porque IA pode cometer um crime e quer prender o chat GPT tem base cara. O menino é doido, entendeu?

Speaker 4:

Aí eu falei pô, mas IA é matemática, né Aí. eu ouvi o Fábio Akita falando a frase, que eu adorei, que IA é um corretor de texto glorificado né O chat glorificado, né O JGPT, então, e é uma calculadora estatística. Eu falei pô, isso é, não é. E eu era bem ruim em matemática, agora tô mexendo nisso. Então é Tentar ver como pegar essa tecnologia e aplicar pro mundo pra melhorar as coisas, seja pra uma documentação, ser mais acessível, seja pra ajudar um deficiente a ter uma experiência melhor com tecnologia, né, então. seja pra ajudar um deficiente a ter uma experiência melhor com tecnologia, né, então. meu foco é esse agora O que eu tentei lá atrás, que eu não conseguia também não tinha nem tecnologia naquela época, direito Era barra de fundo Era barra de fundo É agora tá acessível demais né cara E a Seara é grande, tem muita coisa que pode ser feita, né Muitas possibilidades.

Speaker 4:

E assim antigamente pra poder fazer, não tinha a coisa de você pensar em modelos de linguagem e tudo mais. Então antigamente era muito brutal, você tinha que depender de muito recurso.

Speaker 1:

Era bem caro É bem caro.

Speaker 4:

Hoje eu consigo, sei lá, pelo computador comum, treinar em algumas horas, alguns dias.

Speaker 1:

Antigamente não, você tinha que montar um laboratório, realmente é uma questão O que você dá de dica, que tem muita neurodivergente em geral, que hoje tá struggling, tá tendo dificuldade de se inserir ou de Às vezes tem a vontade de ir pro mercado de tecnologia principalmente. Eu conheço alguns, mas às vezes ainda tem tá com medo de se arriscar ou de tentar aprender ou porque o mercado, como você falou, a vida é cruel, o mundo é cruel. Infelizmente empresas como a Zup ainda são exceções. Né A gente tem que lutar pra empresas seguirem esses modelos e na prática não é seguir pra inglês ver, vamos ser sinceros. Mas pra esses neurodivergentes que podem estar nos ouvindo agora e pensando pô cara, eu tenho muita vontade disso, mas eu tenho dificuldade XYZ O que você pode com base na sua experiência, do que você fez, de como você superou.

Speaker 4:

Vamos de trás pra frente. Então, pra quem tem interesse e mora, acho que em São Paulo talvez agora não sei se em outra cidade tem tem uma empresa chamada Specialisterme que ela trabalha justamente a inserção de autistas no mercado de tecnologia.

Speaker 1:

Qual que é o nome da empresa.

Speaker 4:

Specialisterme.

Speaker 1:

Specialisterme, vamos deixar o link aí também. pessoal na descrição.

Speaker 4:

Ela é uma que vai te capacitar e vai procurar a empresa pra te inserir e te acompanhar lá dentro. Agora quem não tem isso é primeiro você.

Speaker 4:

Aí vai ser umas dicas, meio vamos lá, mas esse é o base da experiência meio polêmicas que é, eu vendo como autista e como pessoa que não sabia que era autista. primeiro você vai ter que aprender a lidar com pessoas. Isso é muito importante. Eu sei que a gente fala ah, mas minha deficiência é com pessoas. Não, calma, não é isso, é você conseguir interagir com as pessoas, porque você vai precisar disso no teu dia a dia. Fazer reunião vai ter daily, vai ter 500 mil reuniões, que é a coisa que mais que um deve tem É reunião. Então você não ficar só em silêncio. Você conseguir ir lá e falar o seu ponto, dar a sua ideia, não ter esse medo. E você vai tentar aprender a programar Pra quem não tem dinheiro.

Speaker 4:

tent. vai tentar aprender a programar pra quem não tem dinheiro. tenta fazer sozinho na raça. demora mais, mas você vai conseguir. E quem tiver um pouquinho de dinheiro, tenta pegar algum curso não tão hypado de alguma linguagem que o mercado peça, mas sem ser também linguagem hypada. Então, tipo assim foca em coisas que você vê que estão há muito tempo. Então Java, por exemplo, um Python, que é uma coisa.

Speaker 1:

Você focou em Java, né Foi uma experiência.

Speaker 4:

Eu fiz em Java O Catalisa né, mas eu sei programar em ASP. Foi a primeira linguagem que eu programei. Eu tive que aprender uma semana a programar em ASP. Sério, uma semana, é porque meu cheiro saiu de férias e falou que eu tinha que entregar quando ele voltasse o site novo. Então eu tive que aprender uma semana para pegar o máximo e fazer o resto Caramba velho.

Speaker 4:

Que pressão. Então as vezes a pessoa fala preciso fazer alguma coisa, é JavaScript. Então você vai ter que aprender uma coisa de JavaScript. É entender que você não vai ser escravo de uma linguagem. Você vai ter uma linguagem, que você vai ser profissional nela, só que você tem que saber se virar. E acho que o fundamental é você aprender a base da programação, que é o algoritmo, as arquiteturas, porque isso que eu aprendi lá nos anos 2000 é o que me fez conseguir trabalhar hoje sem ter tido essa base de forma profunda no curso. Então pega o algoritmo, compra um livro de algoritmo, vai ver como funciona o algoritmo e depois você vai pra linguagem E tenta fazer os seus programas.

Speaker 4:

Mas não tenta fazer o programa que todo mundo faz. Tenta solucionar dores que você vê no dia a dia. Tenta pegar por exemplo assim ah, eu moro aqui numa comunidade, vai lá e oferece pro cara do mercadinho um software para fazer o seu portfólio. Ah, minha tia tem um site, tem alguma coisa. Vai arrumar o site da tua tia, vai fazer um programa para poder, sei, lá, tem um smartwatch. Fazer um programa para o smartwatch Sai do comum.

Speaker 1:

Sai do que está na mesmice. Se é diferente, vamos pensar em algo diferente.

Speaker 4:

Exatamente. Tipo assim se você for ver meu GitHub hoje Que eu tenho um ano no GitHub, eu meti lá um projeto meu que eu fiz em 2010, que eu criei um CMS Em PHP Pra poder fazer um e-commerce. Eu levei três meses mas eu fiz. Então, tipo assim você vai olhar Quem, que a empresa vai olhar Um cara que fez sei lá Um Pokédex, alguma coisinha básica de bootcamp, ou um cara que fez um CMS sozinho, assim sabe, chama a atenção, fala assim moleque, pode não ter feito direito Tudo, mas ele tentou fazer uma coisa diferente. Então é isso, é você, não ter medo de arriscar. E pra quem é autista, é isso, você, não ter medo de arriscar. Você vai errar, vai ter gente que vai te olhar torto, mas você vai precisar aprender tecnologia, aprender a base da tecnologia e aprender a lidar com pessoas.

Speaker 1:

E essas pessoas que vão te olhar torto e vão te julgar e etc.

Speaker 4:

E não desmanchar, quando isso acontecer, De chorar, ficar ter crise. Eu sei que demora pra gente entender isso de aceitar e praticar. Eu até cinco anos atrás eu não ouvia áudio no WhatsApp. Eu precisei aprender. Se você consegue, você tem a capacidade de se educar pra algumas coisas. Eu não consigo tirar de mim a fotofobia, a sensibilidade auditiva, né Eu não consigo tirar foto de tato no meu corpo porque eu me corto e não percebo, Mas eu consigo melhorar a comunicação. Eu consigo melhorar o meu aprendizado pra alguma coisa. Então foca nisso Pra ouvir áudio no WhatsApp. Até a gente precisa de dica, porque eu vou te falar um negócio.

Speaker 3:

Eu não gosto de ouvir áudio no WhatsApp Dá uma agonia.

Speaker 1:

Tem gente que me manda. Minha mãe mesmo manda podcast. Ela não manda áudio, não cara.

Speaker 3:

Tem programa, tem um cara que eu tô convencido que ele não sabe escrever cara Se eu escrevia era áudio. Escrevia era áudio Áudio, áudio áudio.

Speaker 1:

Eu já peguei alguns desses também. Cara É complicado Porque áudio é mais fácil.

Speaker 2:

O cara não tá nem aí pra você, O cara só quer resolver o problema dele né.

Speaker 4:

Às vezes eu tenho um programa no celular que ele pega o áudio e transcreve Fac. Não vou ver agora tanto que eu vi Tem um botezinho no WhatsApp, que é muito bom.

Speaker 2:

Você vai estar mandando suas informações pra alguém, alguém, tá usando isso como informação. Mas tem um botezinho no WhatsApp, depois a gente pode deixar aqui no link da descrição, que é bem legal, e ajuda isso.

Speaker 4:

E uma outra coisa, desculpa, te cortar é quem?

Speaker 4:

tem dificuldade em falar. O WhatsApp e até o Windows tem uma função maravilhosa que é ditado. Então tenta você ditar texto que te ajuda a praticar a fala. Eu, quando às vezes tô muito cansado mesmo eu vou, eu dito a palavra, eu tô com dor na mão, não consigo fazer. Então você fecha o olhinho lá e dita a palavra, então você consegue praticar a conversa, que também é uma outra dificuldade pra autista, o verbal. O resto, meu filho, você não vai entender. Piada de direito entrelinha vai ser a cerveja inteira Aceita, mas o que dá pra arrumar a gente vai arrumando.

Speaker 1:

Principalmente questão ambígua. né Eu sei que tem bastante dificuldade, É bem assim mesmo, né Sim.

Speaker 4:

A minha esposa me trola bastante com isso.

Speaker 1:

É literal A.

Speaker 4:

Parada é literal A gente é muito literal, então assim eu consigo ser, fazer sarcasmo. Só que eu não consigo entender sarcasmo. Entendo, então eu consigo ser sarcástico, mas se alguém é comigo, fica assim. Ok, eu tô fazendo uma piada, ah, piada.

Speaker 1:

Entendi.

Speaker 4:

Outra coisa pra empresa Tipo assim ao invés de você falar pro funcionário das entrelinhas, a empresa tem que ser direta Falar, fábio, eu preciso que você faça X e Y pra tal dia Perfeito Não ficar ai. Seria tão bom se alguém fizesse tal coisa. A gente não vai pegar.

Speaker 1:

Entendi. Não vai entender a Exatamente. Como diz o outro, não vai pegar o código Exatamente Sensacional. Esse é o objetivo direto.

Speaker 3:

Isso é importante pra quem Ah, pô, legal, vou contratar, tá incentivando aqui. Né Vou contratar neurodivergente, vou fazer Cara. Você também precisa estudar um pouquinho e entender como se comunicar, entender que infraestrutura você tem que oferecer. Não é só pega e vai, porque senão pode gerar até conflitos?

Speaker 4:

né Sim, exatamente Pelos nossos problemas de comunicação. Aqui pra você ser autista você tem que ter problemas de socialização, de comunicação e pensamentos rígidos e extintos e tudo mais. É o tripé. Desde criança A comunicação é só verbal. Então a não verbal, a verbal né, e na não verbal entra o quê Texto. Então o texto tem que ser muito claro, a fala tem que ser muito clara pra gente ser objetiva, senão a gente não pega os detalhes e pode fazer coisa errada. Então você tem que aprender a comunicar com o autista. A melhor coisa é você vai pedir pro chat de EPT alguma coisa. Se você não aprender a se comunicar com o chat de EPT de forma clara, a resposta não vai ser a que você queria. A mesma coisa com o autista.

Speaker 1:

Sim, bom paralelo, hein, cara.

Speaker 4:

Então seja bem lógico e exato no que você pede. né Dê um prazo claro que seja mensurável, então a pessoa fala daqui a duas semanas. aí a pessoa vai falar daqui a duas semanas do dia tal. a pessoa sabe que dia tal tem que entregar a tua coisa, então ela consegue se programar, porque nós autistas também temos o problema de se organizar, que é a disfunção executiva de fazer as coisas. Então às vezes, ao invés de você pegar um projeto e falar, você tem que fazer um sistema de e-commerce inteiro. Sabe que o objetivo final é esse Falar. ó, eu preciso que você hoje faça um sisteminha de login. Então fez essa parte. agora vamos pegar outra parte de projeto. Faz tal parte de projeto que no final você vai ter o lego completo, que também é só outra coisa pra trabalhar com autista. né Porque a gente é muito detalhe E a gente pode se perder no detalhe. Então você tem que aprender que nem eu falei, tem que aprender a comunicar com a gente Pra tirar o melhor proveito.

Speaker 1:

Vem cá minha curiosidade. Java, cara, é difícil pra caramba. Por que você escolheu Java?

Speaker 4:

Eu, não fui eu que escolhi, foi escolhido pra mim no.

Speaker 1:

Catalyst.

Speaker 4:

Foi sério, cara Foi E eu sinceramente acho bem legal Java do que Assim. O Python é maravilhoso. Tive que aprender por conta própria o Python Não tô aprendendo ainda Só que o Python é muito livre. Então, pra quem é autista pelo menos eu né O Python é muito doido, só pede por JavaScript, que é um caos. Doido, só pede pra JavaScript, que é um caos. Mas o Java é muito assim. As regrinhas são muito claras. Você tem que fazer daquela forma pra funcionar. Você tem que fazer.

Speaker 3:

Isso é legal porque até esse detalhismo ajuda né, porque assim é enjoadinho.

Speaker 4:

Eu acho maravilhoso. No Java Você tem que fazer assim, dessa forma. Você não pode fazer diferente, você não pode escrever de forma diferente. Então, por exemplo, quando eu comecei a mexer com o Spring, eu falei mas que coisa horrorosa, porque é tudo por baixo dos panos. Você vai conectar com a base de dados, tipo você joga aqui, sai lá, cadê o meio. Eu não tô entendendo o meio. Eu demorei pra entender o Spring um pouco justamente porque eu perdi a abstração no meio. Eu tive que começar a visualizar as coisas. Ó, eu jogo um dado aqui, vai passar por um caminho pra chegar aqui que o Java normal, não o Java.

Speaker 1:

Eu sei que eu tô fazendo essa é outra dica importante pra galera que tá ouvindo aqui e tem a neurodivergência às vezes procurar algo realmente que fica mais lógico pra você entender, né Nesse sentido.

Speaker 4:

Exatamente. Então começar com coisa mais clássica, mais verborrágica vai te dar uma base que vai te permitir ir pra uma coisa mais leve que nem um Python e fazer as semelhanças. Tipo eu queria fazer uma função. Eu falei eu sei fazer função em Java. Aí eu perguntei pra ele como é que faz uma função em Python? aí ele explicou ah, então eu consigo fazer o paralelo. Sabe, então você consegue entender de onde eu vim, pra onde eu vou.

Speaker 3:

Facilita muito sensacional eu parei nessa coisa do Java e o detalhismo e tal falei cara. Será que o James Gosling, lá que criou o Java, é autista? Fui até pesquisar, Não encontrei nenhuma resposta, mas no Google várias pessoas já pesquisaram também. Parece que é uma pergunta bem comum. Né Porque a quantidade de detalhes que a própria linguagem?

Speaker 1:

exige. É muito peculiar. Eu acho muito difícil, É bem complexo. Entendeu, Muita gente odeia justamente pelo que você gosta.

Speaker 4:

Entendeu, Eu gosto de burocracia gente, então pra mim é legal Os processos têm que estar ali certinho, cada um no seu lugar, senão E aí é fácil de você ver as coisas acontecendo no Java.

Speaker 4:

Você, entende, eu uso pra programar o VS Code, né, eu usava o IntelliJ, eu só tô usando o VS Code porque eu gosto do VS Code cor de rosa, que é a minha cor favorita, sério, e no banco eu não consigo colocar a cor no IntelliJ, entendi Só que acontece. O debug do VS Code é muito abstrato pra mim, ainda Eu fico perdido. Então às vezes quando eu preciso debugar alguma coisa eu vou pro Inteligência pra poder debuggar, porque é bem lógico, a debug dele É fácil de entender, comunica de uma forma mais fácil.

Speaker 4:

Então tem isso. Até a ideia faz diferença. Você pensar que eu programava nem em Notepad++ né Antigamente.

Speaker 1:

Já é outra realidade.

Speaker 3:

É outra coisa maravilhosa, muito bom.

Speaker 1:

Cara, e você falou de IA. Né, como é que a IA hoje tá sendo, foi o seu primeiro contato com a IA, o chat APT da vida. Né Se comunicar com a IA fazer a pergunta, pedir uma função.

Speaker 4:

Né Pra IA conseguir, como é que foi pra ti a sensação Eu acho que a IA pra mim primeiro foi pra me ajudar é que assim no Catalisa é bem puxado. né A Zubi tem a régua muito alta, imagino O Catalisa. eles não admitem só que a régua é mais alta ainda.

Speaker 1:

Sério.

Speaker 4:

É bem puxado, tipo assim a Zubi você trabalha bonitinho no horário, né Aqui, no meu caso, das nove até as 6, se precisar ficar um pouquinho pra poder tipo dar fazer um deploy alguma coisa, ok, passou disso. Tem que combinar pra fazer hora extra. Catalisa não catalisa, era. Olha gente, eu preciso que você entregue amanhã um software X. São 4 da tarde sabe, tipo assim.

Speaker 1:

Você tem que viver o resto do dia, né, e é pra amanhã, né É pra amanhã.

Speaker 4:

Então assim você fazia coisa e às vezes não funcionava. Aí você ia lá no GPT e falava onde é que eu estou errando Legal E colocava o código pra eu falar. Você esqueceu de pôr um ponto e vírgula aqui Eu ah, obrigado, não ia achar nunca. Então começou nessa parte de Não pra amanhã. Cedo às vezes eu não conseguia por causa do cansaço.

Speaker 1:

Entendo.

Speaker 4:

Depois né eu comecei a usar ferramenta, no caso do TechSpot, pra me ajudar a resolver as tarefas que eu sabia que tal coisa ia me ajudar. só que eu não sei programar em nada, nela. Então, por exemplo, eu precisava fazer copiar o código do sistema do Confluence do Itaú, que estava desativando. Eu não tinha acesso pra poder ver o código. né Eu falei gente, como que eu faço isso? Eu não consigo acessar a API, porque tentei e não vai. Eu falei eu posso, eu vejo o site. Então quer dizer que eu consigo ver o HTML dele? Então eu falei ah, eu posso tentar o Chrome pelo console e baixar o código-fonte. Como é que faz isso? Não é com Java, javascript.

Speaker 4:

Então eu fui lá como é que eu pego um código-fonte em JavaScript, ele mostrava como fazia. Eu pegava lá, começava a implementar, testava, dava errado. Eu falei eu errei isso aqui. Por que eu errei? Ah, porque você fez tal coisa errada. Então, essa conversa, essa troca com a IA, de você ter um problema, você pega um pedacinho desse problema, reduz né E pede pra ele te mostrar como que faz. Você pega, testa, funcionou, não funcionou. Avançou. Agora eu preciso, sei lá, salvar as imagens. Como é que eu sal? vou uma imagem JavaScript, ele te mostra Ah, então eu vou pôr aqui na função. Posso só uma imagem JavaScript. Então eu vou fazendo assim com a IA. A IA pra mim é assim a primeira é pra ver eu né, depois que eu já bati a cabeça e não consigo fazer, e a outra é justamente me ensinar pedacinho de coisas que eu não sei ainda, pra poder eu ir pra frente.

Speaker 3:

Auxiliar num raciocínio, né Isso. Assim fazendo um paralelo louco aqui, mas que faz até algum sentido se eu penso num cara que tem uma deficiência de. O cara não tem uma perna, o cara vai lá e coloca uma prótese e ele consegue caminhar né Como seria teoricamente típico, né E Pra pessoa que tem uma neurodivergência qualquer. A IA pode ajudar a completar raciocínios, pode ajudar a completar lacunas que de repente ficam, ganhar mais velocidade com alguma coisa também.

Speaker 4:

Sim, e a IA por ser muito verborrágica, ela consegue te explicar coisas que às vezes você ouve e não entende. Então sei lá, por exemplo, eu tava há muito tempo ouvindo lá no Itaú sobre API e altura de linha. O que é isso? Não tá entendendo. Aí eu peguei hoje e falei olha, esse aqui é o texto do Itaú lá que tá explicando Me explique por favor o que é altura de linha. Ele pegou e explicou num parágrafo, falei agora entendi? Quer dizer que isso aqui é a quantidade máxima de caracteres?

Speaker 1:

Legal Sensacional. Ajuda pra caramba cara Porque eles estavam falando altura de linha.

Speaker 4:

Falei mas por que linha na API? gente, o que tem a ver linha com API? Não tava entendendo o que era, era a descrição da API. Você tinha que p, x de caracteres, que chamam de altura de linha, ao invés de falar de total de caracteres, sabe. Então eu falei ah, agora entendi, então funciona. Né, e essa coisa de você? antigamente a gente não tinha, então a gente fazia tudo no Google. Né, você tem que ir no Weflow e ir procurando A IA te corta um tempo muito bom, nisso. Então, ao invés de você passar uma hora pesquisando, ela te responde em segundos e aí, tipo assim você vai. Ok, entendi, mas eu quero entender melhor. Aí você tem os nomes das coisas. Tipo, eu queria pra fazer mexer com interface gráfica em Python. Eu pedi pra me sugerir as interfaces. Ela falou ó, você saca as bibliotecas uma por uma. Eu fui procurando na internet vídeos de como fazer. Falei ó, então essa aqui é a melhor pra fazer mais rápido, não precisa instalar nada. Então tem que ter essa troca. Pensa que é, entre aspas, um Google pessoal? né pra algumas coisas.

Speaker 3:

E ajuda em traduções que não são linguísticas né assim, não são de idioma, por assim dizer. Traduzir de um idioma pra outro beleza, você vai lá no Google e faz isso. Né traduzir de um idioma pra outro beleza, você vai lá no Google e faz isso. Mas traduzir de repente algo que não foi expresso de uma forma muito clara, você pode fazer isso no Meia, você joga lá e fala, me explica com outras palavras, isso aqui me mostra ou até te ajudar, me ajuda a comunicar isso também com outras palavras e você conseguir fazer essas traduções e também preparar massa de informação falsa.

Speaker 4:

Por exemplo, eu fazendo uma lambda função, o Sênior tinha passado duas linhas de exemplo E eu falei preciso testar mais com isso aqui. Eu falei ó, tem esses dois exemplos aqui, faz 10, parecido. Uau, Ela faz 10 parecido. Sei que não vai funcionar, mas é pra poder testar. Tem massa De vez em quando eu, quando ficar tentando fazer na mão, ela pega lá, copia e colher e consegue testar fazer o loop que eu queria pra ver se funcionava. Sabe legal? então você tem que entender que a IA não é disso, isso, né as LLM. Então você consegue fazer isso de você conseguir é. Antes eu ficava um pouco Me sentia culpado de usar IA. Falei mas eu tô usando IA, cara, parece que eu tô fazendo código falso que não é meu. Aí eu parei pra falar. Mas a gente faz isso há muito tempo. Você pega uns truques.

Speaker 1:

Só no Google. Só no Google, não é colando faz tempo, desde que o mundo é mundo, né velho. Desde que o mundo é mundo.

Speaker 3:

Vamos ser sinceros não faz sentido você reescrever tudo. Você utiliza isso aqui, já tá pronto, isso aqui faz sentido. É claro que quando você tá desenvolvendo um código autoral, você vai colocar o teu código autoral agora quando você precisa de assistência.

Speaker 4:

Cara, faz todo sentido e o que me tirou essa trava foi entender que eu não estou usando a IA para programar para mim. Eu estou usando a IA para me falar pedaços de coisas que eu preciso fazer e eu pegar aquele pedaço de coisa e continuar escrevendo. Então eu falava meu Deus, como é que eu vou abrir um arquivo em Python? Nunca fiz isso na vida, por exemplo. Eu falei, como que abrir um arquivo em Python TXT, ele vai te mostrar o código. Ah, é assim. Então, tá, agora eu vou escrever o negócio, faço meus loopings lá, meus for tudo que tem que fazer. E é assim que a AI me mostrou. Vamos ver se funciona. Funcionou, beleza, então funciona. Então você consegue pegar extrapolar que nem a gente fazia. A gente pegavam alguma coisa. Como é que conecta na base de dados? Você ia lá e via vai num fórum.

Speaker 3:

Caçava lá, ficava horas procurando alguém. Já fez isso. Não é possível quem não? passou por isso lá em programação você vai cutuca e procura.

Speaker 3:

ou até você ia pra um livro e ficava lá papirão, como eu já fiz isso no passado. aquela bíblia de de Delphi, cara fiz muito, e ia lá na b. Aquela bíblia de Delphi Eita, cara fiz muito. E aí ia lá na bíblia do Delphi, procurava, pô, achei é assim que faz, ia lá e codava, aí já corta esse tempo todo, né Essas horas de pesquisa. você consegue acelerar o processo muito mais.

Speaker 4:

É virou um amigo de código, é quase um percode para algumas coisas. Né, eu acho que é melhor é que nem falam de tirar a carga cognitiva do dev. Então, ao invés de ficar me matando duas, três horas porque eu tô com um bug que não funciona, você pergunta pra IA, ela te dá um caminho mais estreito e você tenta resolver esse caminho estreito. Então, ao invés de você perder três horas, você vai perder sei lá meia hora, uma hora Eficiência ganha pra caramba. Nesse sentido Exatamente, você ganha eficiência e você não chega no final do dia morto de cansaço.

Speaker 1:

Isso é fundamental.

Speaker 3:

E tem uma coisa, até sobre essa culpa de utilizar, que eu achei muito interessante, você coloca pô me sentia culpado de utilizar De repente algum ouvinte nosso se sente dessa forma, dêem conta que usa porque se sente culpado.

Speaker 1:

Tem muita gente que pode sentir assim e o fato é o seguinte o outro que tá competindo contigo está usando.

Speaker 3:

Ele vai terminar mais rápido, é lógico. Ele vai entregar muito com mais presteza do que você. É inevitável. Você precisa tá atualizado e você, se você tá usando a IA do jeito certo.

Speaker 1:

A IA tá te ensinando. Inevitável, você precisa estar atualizado com a tecnologia que está sendo utilizada E você.

Speaker 2:

Assim, se você está usando a IA do jeito certo, a IA está te ensinando, então, sim, você tem que usar a IA não para fazer para você mas para aprender com ela, porque ela vai te facilitar ali no consumo de informação E a partir daí, cara, você faz o teu código. é exatamente isso A IA. vem para te ajudar não vem pra substituir, nem pra fazer a tua trampa.

Speaker 1:

É você usando a IA pra automatizar e agilizar alguns processos. Um professor particular 24 horas ali disponível pra te ensinar Exatamente.

Speaker 4:

Eu tive um amigo meu que me ajudou nessa coisa do ASP, que ele fazia isso. Eu falava, ele mandava os links pra eu poder ver como era a estrutura básica e eu tentava fazer. Falei, meu Deus, esse erro eu não estou conseguindo solucionar. Ele, hum, experimenta fazer tal coisa. Ele era interessado por me guiar naquela época que me ajudou porque ele tinha mais experiência de programação do que eu. E se você pensar hoje em dia, com o tempo conto de entregas, você não consegue às vezes se especializar e entender várias linguagens. Entender várias linguagens É que nem eu falei eu sei Java e eu tô aprendendo Python E eu precisei fazer um negócio de JavaScript. Eu não entendo nada de JavaScript, eu só perguntei como fazer mais ou menos um algoritmo, de como funciona e tentei fazer, consegui, peguei o dado que eu queria.

Speaker 1:

Agora vou voltar pro meu Python e tratar, faz sentido total. O que tu faz, mister An Ernst papo, tá bom, mas chegamos naquele time né cara.

Speaker 3:

Sim, inevitavelmente a gente sempre chega no final. É um prazer imenso te receber aqui, igualmente. E agora vamos para as considerações. Peraí, você tá seguindo o nosso canal. Você já curtiu, cara. pelo amor de Deus, você tá aí no YouTube? Curte, segue, compartilha. Esse é um episódio que vale a pena enviar aí para tantas pessoas. Pega esse link com carinho, compartilha com as pessoas, segue a gente. E agora, sim, eu deixo nas mãos do tio Faza para as considerações finais.

Speaker 2:

Faltou alguém. Faltou alguém E o pessoal do Spotify que está lá no Spotify.

Speaker 3:

O que você tem que fazer, O pessoal que o que você tem que fazer. Pessoal que está no Spotify se você está no Spotify só ouvindo a gente, você vai lá no YouTube e segue a gente no canal do YouTube. Vai lá, clica no canal do Pode, café da TI no YouTube, pode clicar no assinar o canal, por favor, e curte também o episódio. Isso ajuda a gente a propagar. Nós estamos aqui com uma campanha de conscientização. Nós somos top 5 no Spotify em tecnologia Brasil, com muito orgulho. Somos muito felizes por isso. Mas o nosso público que está no Spotify ainda não conhece o canal do YouTube. Então nós estamos divulgando o canal do YouTube. Os caras estão ficando meio decepcionados. Descobriram que nós não somos tão bonitos quanto as nossas vozes, mas estão seguindo a gente. Então, por favor, segue a gente lá Agora sim, tá cumprido Gomes.

Speaker 3:

Agora sim, tá aprovado, cumprido então finalmente eu entrego nas mãos do tio Fazo o microfone fica à vontade.

Speaker 4:

O tio Fazo é bonito tanto na voz como na imagem. Tá, gente Brincadeira, gente brincadeira. Então o que eu deixo de recado pra vocês é o seguinte Entendam que autista não é uma doença, que a gente está aqui há muito tempo e vai continuar existindo afinal é genético e que vocês precisam incluir a gente de verdade na sociedade, porque só mais ou menos os 10% de nós tem trabalho E pensa somos quase 5 milhões a quantidade de gente que está sem trabalhar, seja em tecnologia, seja em arte, seja lá o que for. Coloque a mão no seu coração metafórico ou seja na sua consciência, e pense em colocar um autista na sua empresa. Pensa em diversificar o seu time, que eu tenho certeza que vai sair algo muito maravilhoso dessa parceria.

Speaker 1:

Muito bom, Tio Fazio, Fico emocionado aqui com as suas palavras e o microfone fica sempre aberto aqui quando precisar. Muito obrigado pelos insights e foi bacana demais o papo cara. Obrigado gente, Tio Fazio, prazer te receber. Você é um gigante, não só na. Muito obrigado pelos insights e foi bacana demais o papo.

Speaker 3:

Obrigado gente faz um prazer te receber. Você é um gigante, não só na altura, mas no brilhantismo e em tudo mais que você tem pra compartilhar com a gente. Um prazer te receber. Muito obrigado, fica até com o meu irmão tchau tchau Pode Café da TI, quinta temporada.

People on this episode